18/05/07

É sexta, véspera de casamento, dia de concerto, fim do teu tormento

UM CONCERTO: THE SMASHING PUMPKINS, NA PRAÇA DE TOUROS DE CASCAIS (02/05/1996)

Amanhã, casa-se um punk. Não um punk qualquer. Um punk que nunca foi punk, mas que continua a sê-lo. Um companheiro de andanças musicais, há quase duas décadas, responsável por alguns dos gostos que ainda mantenho. Mantemos. E, para além de ser um dos meus melhores amigos, é também o dono do meu sobrinho. Desta vez tenho a certeza que vais ser feliz. Pelas vezes que não foste da outra, e por muitas mais.


“A weekend in the city”, segundo álbum dos Bloc Party, tocou-me aos ouvidos, mas, ao contrário de “Silent alarm”, não entrou. Ficou lá fora e não voltei a dar-lhe muita atenção, o que não quer dizer que, quando houver uma vaga, não mereça uma segunda oportunidade. Talvez amanhã, depois do concerto de logo à noite no Coliseu dos Recreios.

Concerto número dois, para mim e para o meu sócio, desde que aqui começámos a gatafunhar. Os bilhetes são cortesia do outro sócio, colaborador invisível deste blog, que por motivos profissionais não se pode deslocar à capital.


E a esta hora já contas os minutos que faltam. Foram só quinze dias, mas sabemos que te custaram. Afinal, não posso ir buscar-te ao aeroporto. Se ainda fores a tempo, guarda o “find the river”, dos R.E.M., na tua bagagem de mão. Vai fazer-te companhia durante a viagem…

16/05/07

I’ll dive for your memory

UM ÁLBUM: THE GLASGOW SCHOOL – ORANGE JUICE (1984, REEDITADO EM 2005)

Planeara revisitá-lo a 6 de Maio, dia do primeiro aniversário da sua morte. Os meus ouvidos distraíram-se e ocuparam-se de outros assuntos. Não há problema. As datas de qualquer morte não fariam mal em desaparecer do meu calendário.

Grant Mclennan morreu durante o sono, de ataque cardíaco, na sua casa em Brisbane, na Austrália. Tinha 48 anos. Pouco tempo depois, o outro fundador e compositor dos The Go-Betweens, Robert Forster, anunciou a inevitável morte da banda.

Foi em Brisbane, na Austrália, que nasceram, renasceram e duas vezes morreram os The Go-Betweens. Quando o fim foi anunciado, em 1989, poucos pensaram num hipotético regresso. Talvez mais tarde, como fazem outros, talvez mais tarde se juntassem para dar uns concertos…

Nunca vi os The Go-Betweens ao vivo. Um grande lapso na minha colecção de bilhetes. Oportunidades não faltaram. Actuaram em Portugal algumas vezes. Acreditei que voltassem, como se a Austrália estivesse a um passo. Eis uma regra para os concertos de quem gosto: nunca pensar que os vejo da próxima vez que cá vierem. Posso ter que esperar até não ter idade.

Após a separação da banda, Grant Mclennan colaborou nalguns projectos e lançou quatro álbuns a solo:

Watershed (1991)
Fireboy (1994)
Horsebraker star (1995)
In your bright ray (1997)

Surpreendentemente, os The Go-Betweens regressaram, e em grande forma. Reencontraram-se em 2000 para editar “The friends of Rachel Worth” (2000), “Bright yellow, bright orange” (2003) e o excelente “Oceans apart” (2005).

Começaram em 1977. O primeiro álbum, semi-oficial (reeditado em 2002), intitulou-se Very Quick On The Eye. Seguiram-se-lhe:

Send me a lullaby (1982)
Before Hollywood (1983)
Spring hill fair (1984)
Liberty Belle and the Black Diamond Express (1986)
Tallulah (1987)
16 Lovers lane (1988)

“Bye bye pride” faz parte de “Tallulah”:



Pelo meio, algumas compilações e um The Peel Sessions EP, em 1988.

Há uns tempos atrás não seria impossível chocar com Grant Mclennan numa rua de Brisbane. Hoje choca-se com a sua memória. O que não é pouco.

P:S. “Dive for your memory” é a última música de 16 lovers lane.

11/05/07

É sexta, e quando sair daqui vou cortar o cabelo

UM ÁLBUM: HISSING FAUNA, ARE YOU THE DESTROYER? – OF MONTREAL (2007)

É uma decisão que não interessa a ninguém e, pensando bem, não sei se estou assim tão precisado. Foi mais um pretexto para relembrar os Pavement, que ainda não tinham aparecido neste blog. Vão aparecer mais vezes. Não é uma falha, porque aqui quase só escrevo sobre o que gosto e os nomes surgem aleatoriamente. E, numa altura em que tantas bandas se reagrupam para ganhar uns trocos, estes senhores também podiam fazer o jeitinho.

04/05/07

This one’s for you

UM CONCERTO: NEW ORDER, NO SUPER BOCK SUPER ROCK (28/05/2005), E HOJE FOI CADA UM À SUA VIDA

Nos meus ouvidos existe um armazém onde músicas como esta não se desgastam nem envelhecem. Estão associadas a pessoas especiais e de vez em quando vou lá buscá-las. Depois reponho-as nas prateleiras, com muito cuidado, e assim se conservam para sempre. “This one’s for you” é de Ed Harcourt, é um pouco minha e é um pouco tua.



São só 15 dias e Bona até tem um nome parecido com Lisbonne (é uma private joke a fazer lembrar o vosso francês perfeito). Vais ver que não dói. Daqui a bocado já te vamos buscar ao aeroporto.