04/03/07

O mundo animal (parte 1) – soltam-se morcegos, cães, cavalos, tigres, crocodilos, ratos e ratazanas

UM ÁLBUM: FOREVER BREATHES THE LONELY WORD – FELT ( 1986)

Foi em Melbourn, na Austrália, que um dia nasceram os The Birthday Party. Uma festa iniciada em 1977, com um prelúdio chamado The Boys Next Door. Da formação dos The Birthday Party faziam parte uns tais Nicholas Edward Cave e Michael John Harvey e no ano de 1983 receberam o auxílio do Sr. Blixa Bargled. Nessa altura, começaram a ser lançadas as sementes para um novo e conhecido projecto, cujo início coincidiria praticamente com a separação dos The Birthday Party, em 1984. Os álbuns Prayers on fire (1981) e Junkyard (1982) são essenciais. O tema “release the bats” foi originalmente incluído como bónus nalgumas edições de Prayers on Fire. Em 1982, no Hacienda, os morcegos despertaram.



Fui tentar saber o que era feito dos Dogs Die in Hot Cars. Porque grande parte das bandas que ultimamente editam um primeiro álbum com algum reconhecimento, não demoram muito mais do que um, dois anos no máximo, a gravar o segundo álbum. Muitas delas acabam por desiludir, é um tema já muito batido. Mas provavelmente o segundo álbum destes escoceses não vai sequer iludir. Nem a mim nem a ninguém. Não foi fácil obter notícias. Lê-se que as músicas para o segundo álbum estavam quase prontas em meados de 2006. Depois disso, apenas se encontram rumores de separação, ainda sem confirmação oficial. É pena. Please Describe Yourself, de 2004, deverá ficar sem herdeiro.



Separados estão já os Sixteen Horsepower, banda de Denver (E.U.A.) formada por David Eugene Edwards e Pascal Humbert em 1992. Comprei o álbum Folklore em 2002. Fui logo à procura de mais. Com quatro álbuns originais, fecharam as portas em 2005. David Eugene Edwards dedica-se agora ao seu projecto Woven Hand. Também gosto, mas do que sinto mesmo a falta é de um novo álbum dos Sixteen Horsepower. “Sinnerman”, de Folklore, interpretado ao vivo, arrepia-me os ouvidos.



Continuo na senda das separações. Os norte-americanos Le Tigre também se cansaram de 8 anos de actividade. Romperam no ano passado, sem anúncio oficial. Deixam no testamento os álbuns Le Tigre (1999), Feminist Seepstakes (2001) e This Islands (2004), e eu agradeço. Deixam também um video deliciosamente idiota para um grande tema, “deceptacon”.



Os The National não acabaram, felizmente. Boxer é editado a 22 de Maio nos Estados Unidos. Não podem antecipar isso? Alligator, de 2005, foi o terceiro álbum da banda de Nova Iorque. Estou a ouvi-lo agora, ainda não o tinha ouvido hoje…

Vão tocar na Europa depois do lançamento do álbum, provavelmente em vários festivais. Gostava muito que passassem por cá. Há uns tempos, tocaram “lit up” em casa de alguém:



Já ouvi também o novo álbum dos Modest Mouse, We were dead before the ship even sank. È o quinto, desde que se formaram em Washington, no ano de 1993. O som é diferente, mas gostei. Os Modest Mouse têm um reforço de peso, e esse facto parece ser mais importante para muita gente do que o próprio disco em si. É compreensível. Johnny Marr faz parte da história da música. E isso vende camisolas…talvez o próximo álbum já não seja visto como “o segundo disco dos Modest Mouse com Johnny Marr”.



Tenho uma ratazana nos ouvidos há mais de dois anos, e não há cotonete que a remova: regresso aos The Walkmen para ouver “the rat”, candidata a melhor música da minha década.

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