25/07/08

SAUDADE

Tinha saudades de cá vir....

03/06/08

Bate Pé (ou como montei a tenda na 1ª parte das CSS no Lux))

Acho que foi a ultima vez que fui ao Lux...
Estava deveras feliz. Ia finalmente ver as CSS.
Foi sem dúvida a banda mais boa onda daquele ano e eu ia ao concerto.
Copos, ganza, o aperto do costume, a turminha da Bdmania... Do melhor.

1ª Parte

Tilly and the Wall
Nunca tinha ouvisto estas meninas.
Muito lavadinhas e com canções pop de encantar.
Uma das meninas fazia sapateado, aliás o sapateado faz parte da percursão desta banda.
Catita...
Eu já tinha tido uma sensação parecida quando vi as cuecas à PJ Harvey, em vilar de mouros em 2004.
Eu sei... Sou um porco e só penso em merda, mas sempre ouvi dizer...
...Sexo e drogas e rock´n´roll....
...E tenho de praticar nos 3.

Terá sido dos musicais que assisti em criança nas tardes da rtp?
terão sido aqueles marmelitos a saltar?
não sei acho que foi mesmo o facto de eu ser apanhado do clima (sim, o ar condicionado do Lux deixa muito a desejar).

2ª Parte

Cansei de Ser Sexy
Nem vou falar disso pois a excitação foi outra.
Lovefoxxx és a minha rock´n´roll bitch e quando vieres cá ao Alive eu faço-te aquilo....

Bem;

Onde Quero chegar é que as Tilly and the Wall têm um disquélio novo que acabei de puxar de um site ilegal.
Gostei muito e recomendo (não dou links que depois fecham-me o blog).


P.S. Este post é de dicado ao Deslarga-me que faz anos e anda lá fora , no Alentejo, a lutar pela vida.

Aquele abraço

16/05/08

Os Nada Surf e o regresso ao Porco Sujo

UM ÁLBUM: THE BULL, AND THE GOAT - ANNUALS (2006)

Estou chateado. Esta manhã, no emprego, vejo que me bloquearam o acesso a blogs, aqueles que visitava quando pouco tinha que fazer. E os meus. Não que ultimamente me expresse muito neles mas, porra, são os meus blogs! Bloquearam-me os blogspot.com. Lá mais para a tarde, resolveram matar-me o messenger. A empresa ficou em estado de sítio. Correram os postos de trabalho todos. O Rui utiliza o messenger? É perigoso, dizem-me, utiliza-o? Ruborizei. Sim, de vez em quando. Não se importa que o desinstale? Eu desinstalava-me era daqui para fora definitivamente, pensei. Se eu dissesse que me importava, quais seriam as consequências? Importo-me e depois?, fingi que disse...segunda-feira logo trato do assunto, a não ser que me bloqueiem também a internet.Que merda, devo ter abusado há uns tempos, quando o trabalho escasseava, e não podia ajudar os outros, que passavam pelo mesmo problema. Estúpido, em vez de ficar a jogar copas e solitário, andei a navegar pela internet. Sou uma besta!

Por falar em besta, foram bestiais os concertos a que assisti. Nick Cave & The Bad Seeds, prazer em revê-lo, e The National, obrigado pela viagem. Não pensei que houvesse tanta gente a gostar deles. Sem se aperceberem, os The National criaram um certo culto em Portugal. Por isso, sem terem culpa, despertaram uma série de críticos de encomenda...aqueles que acham bem dizer mal dos que ganham reconhecimento. Acontece muito com os Radiohead, aconteceu muito com os R.E.M.. Acredito naqueles que não gostam e não nos que não gostam por ser moda não gostar sem conhecer, e estes estão em nítida maioria. Gostei das imperiais do pós concerto no grande Porco Sujo. Souberam-me bem, palhaço!

Não existe nenhum clip oficial para "no quick fix", dos Nada Surf.



"Let go", de 2003, será, para mim e para sempre, o melhor álbum esquecido dos últimos tempos.



Os Nada Surf formaram-se em 1992 em New York. Editaram, para além de "Let go", "High Low" (1996), "The Proximity effect" (1998), "The weight is a gift" (2005) e, já este ano, o excelente "Lucky". Há quem os conheça apenas por Popular de "High Low". Havia, por lá, muito mais, e, quanto a mim, com maior significado - "Icebox", "The Plan", "Satalemate", "Treehouse"...



13/05/08

Voltou a entrar

Num dia de merda, em que já não estava à espera...voltou a entrar.
A música voltou a entrar.
Veio pela Radar, e eu fui à net para a sacar.

Será que veio para ficar?

22/02/08

Ao vivo no Pavilhão Auditivo: Alamo Race Track

Hoje, no Pavilhão Auditivo, tocam os Alamo Race Track. Invadem-me os ouvidos com o excelente álbum Black Cat John Brown, de 2006. São holandeses e formaram-se em 2001. Em 2003 editaram Birds at Home e estes são os dois únicos álbuns até ao momento.



P.S. Porquê “ao vivo no Pavilhão Autitivo”? Porque sim. Porque os regressos são feitos de brincadeiras novas. Mesmo que não regresse deste regresso….

Concertos em solidão

UM ÁLBUM: ECIM - CUL DE SAC (1992)

Não é fácil ir sozinho a um concerto. O antes é estranho e um pouco incómodo. O primeiro (e único até ontem) a que fui sozinho foi em 23 de Julho de 2002 e acabou por ser o melhor de todos os concertos a que assisti até hoje. Lembro-me que os três concertos seguidos que os Radiohead iam dar em Lisboa já estavam esgotados e o meu irmão lá conseguiu arranjar-me um bilhete. Como castigo para o meu desleixo, (já me tinha “esquecido” de comprar bilhete aquando da apresentação do OK Computer na Gartejo, em 1997…bom, já os tinha visto na primeira parte do concerto de James no Dramático de Cascais, em 1994, mas isso não conta) calhou-me um camarote no Coliseu, coisa pouca. Só para mim. Uma ou quatro cervejas nos antros do costume das Portas de Sto. Antão e acomodei-me nos meus aposentos. No final, até me esqueci da falta de companhia.

Na terça-feira liguei para a Radar, sem convicção. Decorria um passatempo. Nunca tinha tentado, pensava que os senhores só atendiam o telefone aos outros. Afinal não…e lá conquistei um convite para o concerto dos The Raveonettes. Confesso que me entraram no ouvido assim que o escarreta me apresentou, há uns cinco anos atrás, o álbum “Chain Gang of Love”. São dois, vêm da Dinamarca, e formaram-se em 2001.

Estou, portanto, a caminho do meu segundo concerto em solidão. Nem pensar levar carro, é curto o percurso de minha casa ao Santiago Alquimista e faz-se muito bem a pé. Pelo caminho tomo um café e mato um bocado do tempo, dizem que começa às 21.30, por isso não quero chegar antes. Chego um pouco depois e, ainda assim, há que aguardar. No outro ainda tinha o camarote. Aqui limito-me a olhar para o telemóvel. A sala está cheia. Peço uma imperial, que faço render até ao início do concerto. Anunciam entretanto que o Sune está sem voz. A banda pede desculpa, mas, para não cancelarem o espectáculo, toda a parte vocal será assegurada pela Sharin. Eu até desculpo, mas a maior parte das músicas são cantadas a dois, isto não está a correr bem. Parece que no dia anterior, em Braga, já tinha sucedido o mesmo. Como bom tuga que não sou, imagino o que poderia exigir se cancelassem o concerto. O dinheiro de volta está fora de questão. O dinheiro da imperial? Felizmente, eles entram no palco logo a seguir e condenam ao fracasso estes laivos de sovinice. Tenho desculpa, não tinha que fazer. Apesar do contratempo, dão um excelente concerto. Pequeno, é verdade, mas até agradeço, pois ainda tenho o trajecto para casa e hoje é dia de trabalho. De “Lust lust lust”, o último álbum, vem a maior fatia. Eis o alinhamento: Hallucinations, Dead sound, That great love sound, Let’s rave on, Here comes Mary, Lust, Red tan, Love in a trashcan, Attack of the ghost riders, My tornado, You want the candy, The beat dies, Black satin, Blush, Noisy summer, French disko (cover dos Stereolab), Aly walk with me e, no encore, Twilight.



Na rota dos concertos para este ano, seguem-se Nick Cave & The Bad Seeds (pela terceira vez) e The National, um dos meus grandes vícios dos últimos anos. Os bilhetes já não fogem. Entretanto, aceito mais convites para concertos.

15/02/08

Estes Gajos Matem-me

The Kills
Midnight Boom

Sai em março mas já anda no mp3 de um gajo que eu conheço...
Vê lá se gostas Lopes.

29/01/08

Apetece-me

UM ÁLBUM: SMILE – BRIAN WILSON (2004)

Mais de um mês depois do último. Mais de um ano depois do primeiro. Apetece-me acabar com a ausência. Apetece escrever-me e que isto continue a ficar entre nós. Apetece-me voltar. Apetece-me correr.



Apetece-me esquecer os últimos meses, e não penses que te vou esquecer. Apetece-me que a música deixe de me ser surda. Apetece-me pegar na guitarra e tocar algumas das músicas da minha vida, mesmo que não as saiba cantar.



Apetece-me. Beber uma cerveja com os amigos. Sorrir, é o que me está a apetecer. Viajar, para muito longe dos sítios de onde não consigo sair. Beber mais uma com os mesmos amigos, se faz favor. Rir às gargalhadas, que se lixem os dentes partidos. Por falar em dentes, play it again, Shane.



Apetece-me deixar de dormir quando estou acordado. Apetecem-me os livros que ainda não li e os estudos que não estudei. Apetecem-me todos os que ainda não conheço. Apetecem-me as noites de Lisboa, e os dias, e lembrar-me que, parecendo que não, é aqui que vivo. Sobrevivo? Apetece-me mudar o itinerário. Apetece-me demorar. Esquecer que o tempo existe sem exigir que ele me esqueça, para assim chegar a horas. Sorrir, já disse? E rir às gargalhadas?



Apetece-me apetecer. Até amanhã.

26/12/07

Um Natal do .....



Eu avisei...
Os Putos ainda não estavam finos para irmos para fora.
Como sempre, ela não queria saber.
Dia 23, O Vicente estava a vomitar, dia 24 estavam ela e o Gaspar.
Fomos na mesma...
Adoro o Ribatejo, mas previa um natal do...
Ninguém vomitou pelo caminho.
Chegados àquela linda localidade do Malhou, almocei e depois fui fazer uma cesta para o sofá (Deviam estar à espera que fosse ajudar a fazer fritos de natal).
Quando acordo, vejo que a coisa não estava famosa. Teria eu ganho finalmente super-poderes e o mal estar eram os efeitos secundários?
Não... Era mesmo um super grémito que vinha a caminho.
Depois outro...
Mais outro...
A sanita já estava farta de me ver.
Isto foi coisa para durar até às 2 da matina do dia 25.

Quando Acordei estava um dia de merda, e eu com uma disposição de merda.
Voltámos para Lisboa a chover.
Acartei com tudo para o 3º andar a chover.
Os Meus pais apareceram lá por casa.
Ao Vicente deram-lhe a casa do Winnie the pooh (os power rangers já deviam ter esgotado).
Ao Gaspar um carro do Pocoyo (OK é mais à macho).
A mim deram-me o best of...da Diana Krall???

NATAL DO...

P.S. Ó Rui, pá! Vai lá comprar o bilhete para irmos aos Go! Team e aproveita e compra-me uma corda bem resistente.

19/11/07

Macacos no sotão....

Gorillaz CMYK Vinyl Figures



Ok...
Não estão no sótão....
Estão no escritório e ficam mesmo bem na prateleira....
Agora vou ouvir o D-sides que acabei de sacar....

17/10/07

Fátima

Não vou falar de religião, nem de futebol, nem sequer de Fado.
A Fátima está acima disso tudo.
É simplesmente minha amiga. Daquelas que posso chamar amiga à boca cheia.
A Fátima foi a 1ª pessoa que entrevistei.
Ela esta nervosa (penso que seria o seu 1º emprego como webdesigner), eu estava nervoso pois nunca tinha entrevistado ninguém.
Gostei do portfolio e dela. Ela ficou a trabalhar comigo.
Erámos a modos como colegas de carteira, daqueles que quando um arrota o outro se peida.
Descobrimos com o tempo que tinhamos muito em comum.
A música, a animação, as ganzas, a bd. Tinhamos sempre do que falar.
Foi a fátima que me apresentou o soulseek, e eramos os reis do download ilegal naquela agência.
Às vezes não tinha pacência para o rock industrial dela e imagino que ela às vezes não tivesse pacência para o meu pop meloso.
Mas sempre nos entendemos.
Com a chegada da bruxa má do Oeste (Inominável não tens nem nunca hás de ter lugar neste blog)o negócio da internet começou a dar para o torto.
Eu despedi-me e ela foi despedida uns tempos mais tarde (é o maravilhoso mundo da publicidade).

Nunca perdemos contacto,embora hoje seja mais complicado.
Ela é mãe de um Eduardo. Eu sou pai de Um Vicente e de um Gaspar.
Vamo-nos sempre mantendo a par dos ultimos sons, dos ultimos animes e afins.

Esta banda foi ela que me deu a conhecer...

Fátima és "uma bela Amiga"...

15/10/07

Dolly , uma mulher de peito



Estava no outro dia a ver um episódio da versão americana do "the office".
O episódio acabava com um dueto de karaoke entre Michael e Jim a tentarem cantar "islands in the stream".
Esta música não me sai da cabeça já há vários anos.
Nos tempos da Rádio Nostalgia, ouvi-a dezenas de vezes, a Xana gostava de ouvir aquele posto (ela é que manda no rádio da cozinha).
Pelo que sei a música é dos Bee Gees (Agrupamento musical que gosto muito de ouvir quando estou bêbado), mas a versão que me ficou no ouvido sempre foi a da Dolly Parton com o Kenny Rogers.
Nunca fui muito virado para o Country, mas lembrei-me que a Dolly (não é a ovelha), faz parte da minha juventude.
Quando um gajo falava em mamas na escola vinha sempre à baila a Dolly Parton.
E mais, eu achava que eram naturais...
Mas isso não interessa,Se se lembrarem bem ela estava lá, no Live Aid ao lado do Michael Jackson e do Willie Nelson a cantar "We are the World".
Alguém se lembra do filme "Das 9 às 5"? Ela estava lá.
Lembram-se do Reagan Presidente? Ela estava lá.
Dos Posters da Bravo? (Espera essa era a Samantha Fox).

Hoje estou mais para o madurito, e dá-me para isto.
Vou à net e saco um Best of...
A Dolly está no meu coração e agora também está ilegalmente no meu MPCoiso.



06/09/07

Uns parabéns engasgados

UM ÁLBUM: THE BEEKEEPER – TORI AMOS (2005)

Tenho as palavras tristes. Em vez de exultarem de alegria pelo teu aniversário, como mereces, ficam-se por primeiras sílabas, baralham-se, confundem-se, tropeçam umas nas outras e caem. Onde podiam enaltecer o humor, a boa disposição, a originalidade e outras características que te são peculiares, soltam simples murmúrios, inibem-se, calam-se.

Tenho as palavras débeis, quase mudas, sérias, egoístas. Quando deviam focar-se em ti, com sorrisos, elogios, com alguma sátira e umas quantas frases disparatadas, fogem para lugares inóspitos e sombrios. Ainda por cima, sabem-no bem, tu és a luz dela, e é muita a que irradias, porque te sobra sempre alguma para iluminares, sem poupanças de energia, sem pedidos de devolução, sem exigências, aqueles e aquelas que te admiram e sentem conforto na tua presença. Teria as palavras fundidas, não fossem os dois a fornecer-lhes alguma luz.

Tenho as palavras cruzadas, por riscos que prendem como grades. Se conseguisse, ousava libertá-las para se orgulharem da tua amizade.

Tenho as palavras surdas. Se assim não fosse, estariam, por certo, a expressar-se em música, uma das línguas que ambos gostamos de falar, mesmo que a falemos de maneiras diferentes. Nela vasculho vezes sem conta à procura de nada ou, quem sabe, de alguma felicidade, a única palavra que não se me engasga, talvez porque hoje te pertença a ti. Desfruta-a e continua a partilhá-la, como tens feito até aqui.

31/08/07

Desfeito em silêncio

...



O pequeno texto que se segue começou a escrever-se um dia antes. Estás lá, deitada sobre a cama, à espera que te aconchegue nos meus braços. Repetimos esse momento noite após noite, onze anos seguidos. Onze anos de aconchego. De conforto. De alegria, sóbria, contida, porque nem tu nem eu gostamos de excessos. Vou desligar o computador, há algo de errado com o texto. Se calhar amanhã apago-o. Sento-me ao teu lado e ficamos ambos a olhar para o escuro. Não me pareces mais triste. Não te queixas. Mas o texto...

Durante uns instantes, por muitas e nenhumas razões, este espaço calou-se. Atravessou a sua primeira grande crise existencial. Questionou-se com amargura se devia continuar. Levantou dúvidas sobre a sua própria utilidade. Caiu em apatia e indiferença, mas, por fim, ergueu-se para se desfazer em silêncio. Em silêncio reflectiu: o que poderia torná-lo diferente dos outros milhares que antes e depois dele nasceram? Só na diferença se revia, mesmo que apenas se satisfizesse a si próprio. Curiosamente, não a encontrou no seu propósito, a música. Encontrou-a nos que o inspiram, e descobriu que, afinal, eram eles que o tornava diferente. Eram eles a sua razão de existir. Aqueles seres específicos, não outros, não aqueles que não conhece. E assim volta a respirar. Em silêncio.

Era um prenúncio, não precisas de mo mostrar. Eu é que me desfiz em silêncio. Resolveste também calar-te. Nunca tiraste os olhos de mim, mesmo que os tivesses fechados. Vais mantê-los fechados, eu sei, mas não os tires de mim.

Regresso à música uns dias mais tarde. Ouço, sem ouvir, dezenas de músicas já ouvidas. Perderam-me o significado. Não consigo alcançá-las. Não me passam sequer ao lado. Estão todas distantes. Todas, excepto uma.

If I was young, I'd flee this town

I'd bury my dreams underground
As did I, we drink to die, we drink tonight

Far from home, elephant gun
Let's take them down one by one
We'll lay it down, it's not been found, it's not around

Let the seasons begin - it rolls right on
Let the seasons begin - take the big king down

Let the seasons begin - it rolls right on
Let the seasons begin - take the big king down

And it rips through the silence of our camp at night
And it rips through the night
And it rips through the silence of our camp at night
And it rips through the silence, all that is left is all that i hide



Inexplicavelmente, sorrio ao ouvi-la. Repito e repito. Atento na letra. Não é assim tão mau, o silêncio. Repito. Recordo-te apenas no que me devo recordar. Nos dias anteriores ao dia em que o pequeno texto começou a escrever-se.


17/07/07

Concerto de solidariedade para as vítimas do azar

UM ÁLBUM: FOR ALL THE BEAUTIFUL PEOPLE – SWELL (1998)

Sinto-me determinado no combate àqueles que insistem em considerar a tal palavra como parte integrante da minha vida. Aqueles que, maliciosamente, segredam entre si, quando me vêem: olha, lá vai ele, o azar. A esses, aos que me confundem o nome, apenas lhes digo que tudo não passa de um mito. Os responsáveis por esta mentira vão certamente retratar-se. Um dia. Mas não hoje. Hoje, ao sair de casa, reparei que o meu carro tem dois pneus em baixo. Muito em baixo. Tão em baixo que em baixo fiquei. Ainda por cima, quando o assaltaram há uns tempos, levaram também a chave das rodas. Ou seja, não posso mudar os pneus.

Que se lixe. À espera do autocarro, colo os phones aos ouvidos, ligo o leitor de mp3, e tento esquecer ao som do álbum “Una volta” (2003) dos Devotchka . Um álbum que ainda não conhecia. E continuo sem conhecer. Ou o álbum só tem meia música ou então o mp3 pifou. Marou. Ontem também tinha acontecido. Pensei que fosse bateria e pu-lo a carregar. Pelos vistos, não era. Vou mandá-lo dar una volta.

Por falar em marar. O computador entrou em coma há quase duas semanas, e ontem à noite fiquei quase convencido que a eutanásia é a única saída. Por isso, não tenho aparecido por aqui. Mais cedo ou mais cedo terei que comprar outro.

Decido ser empreendedor e formar o movimento “Against Bad Luck Aid”. O objectivo é realizar um concerto com o intuito de angariar fundos para ser operado ao azar. Andei a sondar alguns nomes para actuarem no meu quintal, em dia a designar. Todos ficaram de me dar reposta. Convidei algumas bandas que gosto: os Hot Chip e os Social Distortion tocarão ao mesmo tempo os seus temas “Bad Luck”, os primeiros no palco principal e os segundos no secundário (no telhado da arrecadação). Para animar, Stuart Staples vai tocar, na íntegra, o seu primeiro álbum a solo: “Lucky Dog Recordings”, de 2005. E os grandes Cocteau Twins reaparecem, logo no meu quintal, para tocar “iceblink luck”:



O concerto encerrará, em ambiente de festa, com mais um efusivo regresso – o dos Verve. Já imagino o meu largo sorriso ao escutar os primeiros acordes de “lucky man”, ao sentir que a cura afinal é possível, ao perscrutar os rostos carregados de esperança dos milhares de pessoas que, nesse dia de glória, vão aderir ao evento.



O alinhamento, ainda incompleto, será conhecido brevemente e o espectáculo tem transmissão televisiva assegurada para todo o mundo. Mundo cão, queria dizer.

Estou a delirar, bem sei. Tento cair em mim, mas como se não bastasse o chorrilho de devaneios e clichés dos parágrafos anteriores, solta-se mais uma frase feita: um azar nunca vem só. Comigo vem sempre em grupo. Mas eu não me inclino perante ele. Tenho a certeza que a minha sorte vai mudar. Ou o meu azar. Ou isso. Também aceito donativos.

P.S. Ah, já me esquecia do SBSR. Já não vou a tempo. O que não faltam para aí são sites e blogs a falar sobre o festival. E há topes e tudo. Aqui fica o meu: Tv on the Radio, Interpol, The Gossip e X-Wife. Também não vi mais nada. A seguir, Incógnito. Uma bela noite, e nem um único azar para estragá-la. Estão a ver? Intriguistas!

03/07/07

O super rock, a super bock, o mp3, o percurso a pé e o autocarro ou vice-versa

UM CONCERTO: PETER MURPHY, NO COLISEU DOS RECREIOS (20/10/1995)

A esta hora já os meus companheiros de blog se divertem, digo eu, no primeiro dia do 2º acto do SBSR. Estão lá hoje, vão lá estar amanhã e vamos lá estar na quinta. Não resisti, é verdade. Se soubesse que algumas das bandas presentes iriam estar em Lisboa brevemente, pensava duas vezes. Preferia vê-los em concerto normal, é um facto, mas gosto de festivais. Ir a um festival é como se, em vez de irmos ver um filme a um cinema onde sabemos que as pessoas são civilizadas, optamos por ir ao Colombo ou às Amoreiras. A única diferença é que, decididamente, não frequento estes cinemas...Os festivais têm muitos inconvenientes: os milhares de pessoas que vão só porque vão, as multidões (que não gosto), as conversas do lado quando estamos a tentar concentrar-nos num concerto, os empurrões e as pessoas a passar-nos à frente, a confusão na entrada, na saída, nas necessidades fisiológicas (incluindo a comida e a bebida)...este é o último a que vou, digo sempre. Sou um mentiroso. Um fraco. Mas não estou com inveja de quem lá está, e é por isso que vou vibrar na quinta-feira com os TV on The Radio e os Interpol, e é por isso que gostava de ver Arcade Fire, LCD Soundsystem e The Rapture, revisitar os Jesus and Mary Chain, rever Maximo Park, etc.. Mas não estou com inveja, vou só ali buscar uma super bock e de quem é a vez de ir buscar agora cerveja?

Uma das exigências do novo emprego foi que largasse o carro e passasse a andar, de novo, de transportes públicos. Nada que me incomode. Não há muito tempo, ia de transportes para o trabalho e gostava, porque no trajecto podia fazer uma das coisas que mais gosto: ler. O problema, agora, é que quase metade do percurso é feito a pé. Ou seja, não dá muito jeito ler a andar, por isso troquei a leitura pelo mp3 (obrigado, miúda). E assim, nos últimos dias, tenho ouvido com atenção álbuns na íntegra, o que não sucedia há algum tempo. Esta semana, vá lá saber-se porquê, peguei na curta discografia dos TV on The Radio. Conhecia muito bem "Desperate Youth, Blood Thirsty Babes", que comprei mal foi editado em Portugal, em 2004. "Return to Cookie Mountain", também já me era familiar, mas não tanto. E, pelo caminho, algumas raridades. Até quinta.

24/06/07

Silver Jews e o mundo de David Berman

UM ÁLBUM: A RIVER AIN’T TOO MUCH TO LOVE – SMOG (2005)

Foi ontem projectado na Esplanada do Chapitô o filme “Silver Jew”, de Michael Truly. Faltei, por só hoje ter tido conhecimento. Não precisava deste pretexto para pegar na obra dos Silver Jews, até porque, pelo que li, não é pelo filme que se fica a saber o que quer que seja sobre a banda.

Os Pavement foram criados em 1990. Um ano antes, dois dos seus membros, Stephen Malkmus e Bob Nastanovich, formaram os Silver Jews, juntamente com um colega de universidade, o poeta David Berman. Com a edição do primeiro álbum dos Pavement, “Slanted and Enchanted” (nome inspirado num cartoon criado por David Berman), Malkmus dedicou-se, com sucesso, ao seu novo projecto, enquanto Berman transformava os Silver Jews num mundo seu. O segundo álbum, “The Natural Bridge” (1996), já não contou com a colaboração dos membros dos Pavement, ao contrário do que tinha sido planeado por Berman.

A história dos Silver Jews confunde-se com a especificidade e inspiração das letras e da música criada por David Berman. Mas confunde-se também, e muito, com o seu repertório de depressões e adição às drogas. Viveu, durante algum tempo, num estado quase miserável, e tentou suicidar-se há cerca de três anos. Perante este cenário, o regresso com o admirável “Tanglewood Numbers”, em 2005, foi surpreendente. “Punks in the beerlight” faz parte de um dos melhores discos que ouvi nos últimos anos.



Para além dos dois álbuns que referi, a discografia dos Silver Jews comporta ainda:

. The Arizona Record (EP – 1993)
. Starlite Walker (1994)
. American Water (1998, de novo com a contribuição de Stephen Malkmus)
. Bright Flight (2001)
. Tennessee (EP – 2001, com a participação de Cassie, a mulher de Berman)

Em “Tanglewwod numbers”, David Berman conseguiu reunir, para além da sua mulher, nomes como Malkmus, Nastanovich e o Sr. Will Oldham. Mas o mais extraordinário deste regresso foi o facto de, pela primeira vez na vida, os Silver Jews terem entrado em digressão. Nos muito intermitentes quinze anos de existência, os concertos dados contavam-se quase pelos dedos das mãos. A semi-inaptidão de David Berman para as actuações ao vivo é bem notória neste registo, gravado em Abril de 2006. “Trains across the sea”, de “Starlite Walker”, é uma das minhas músicas preferidas da década passada.



“Silver Jew” documenta, essencialmente, os passos de David Berman durante os dois dias em que a digressão da banda passa por Israel. Transcrevo o que foi escrito no Ípsilon, a propósito, na sexta-feira: “...vale por isso, pelas conversas com os fãs no final dos concertos, pelo abraço de Berman aos fãs, pelo seu choro quando lê uma oração junto ao Muro das Lamentações, por pormenores mínimos e desligados entre si, de uma humanidade tão minúscula mas premente que parecem impossíveis num «indie-rock-star» e só o são porque o sr. Berman não é deste mundo”. Para mim, felizmente, ainda é.

23/06/07

Discos que adoro Odiar I

Como tenho de trabalhar ao sábado e não gosto, aproveito para fazer as maiores inutilidades.

Lembrei-me de desafiar o meu colega bloguista para o seguinte:
Já que falamos tanto da música que gostamos, porque não falar daquela que não gostamos.

Começo então por aquela perolazinha que me ofereceu o meu tio, num aniversário qualquer:

Guilty - Barbara Streisand e Barry Gibb

Na altura não tinha o ouvido muito apurado, mas quando desembrulhei a prenda (é claro que era um disco)deparo-me com uma capa com 2 saloios de branco agarradinhos um ao outro.
Ele cabelinho à fodasse e de barba aparada, ela com a trunfa esgrenhada.
Nunca decidi qual dos 2 era mais horrível.
Para não fazer a desfeita ao meu tio ponho aquilo a tocar.
Levo logo com a musiquinha de elevador (espero nunca ficar fechado num a ouvir isto).
Tudo bem...Mas de repente eles começam a cantar.
Conheço esta vozinha de qualquer lado....
...Ah já sei é o gajo dos Beegees. Coitado, a gaja deve tê-lo apanhado sozinho no elevador e como ele não quis sexo, ela obrigou-o a fazer uns duetos.
Não posso falar muito da Barbara Streisand, parece que é famosa na américa e que fez uns filmes (não sei se envolviam cavalos).
Os Beegees até oiço se estiver bêbado o suficiente (sinto-me o travolta na disco).
Basicamente onde quero chegar é que o disco não é mau...É Péssimo.
Aconselho só a gajos que queiram impressionar mulheres mais velhas(mas dêem-lhes muito álcool antes de porem o disco a tocar).

Quero aproveitar para agradecer ao meu tio que para além de me ter arranjado os dentes estes anos todos(é dentista), me deu a conhecer o 1º disco que odiei.

Tomem lá os pombinhos em acção

O REI (ou quem é que manda aqui)

(UM DISCO: O DOS TRAVÕES)

Aqui o meu colega bloguista, aproveitando a minha falta de criatividade, tem tomado (e bem) conta da baiuca.

Pois bem, VOLTEI!

Com uma grande ressaca mas voltei.
E vamos por mão nisto, senão isto não se endireita...

Se havia coisa que eu gostava em puto era dos filmes que passavam na RTP à tarde.
Maior parte desses filmes eram de colheita americana dos anos 50 e 60.
Havia o Jack lemmon, o Jerry Lewis, o Tony curtis e mais uma data deles que agora não me ocorrem.

Foi nessa altura, entre o almoço e o "Gonçalo tens de ir fazer os trabalhos de casa!"
Que descobri o Elvis.

Se Havia filmes que eu gostava eram os do Elvis....

Têm de admitir, o gajo era o maior!
Não sei muito da vida dele, mas naqueles filmes descobri como é que um gajo podia ir parar à prisão, como é que se davam saltos encarpados duma rocha de 20 m para o mar no Havai,o que era Las Vegas, como se engatam gajas com pinta, o que era um cadillac e principalmente o que era o rock'n'roll.

O Elvis era e é o Rock em pessoa (Sim eu sei que era uma treta como actor).

Aqui há uns meses vi um documetário no biography channel intitulado "Elvis e as Drogas".
Fiquei parvo como o gajo viveu os últimos anos da vida dele.
Pelo que percebi o senhor tomava comprimidos para dormir, comprimidos para estar acordado, comprimidos para cima, comprimidos para baixo.
Ainda por cima parece que tinha quem lhos receitasse em praticamente todos os estados da américa do norte.
Dizia um médico no tal documentário: "Ninguém lhos recusava - Ele era o Rei!".

Acabou mal: Overdose.

Gosto de imaginar que se cá andasse estaria agora a gravar albúns produzidos pelo Rick Rubin como fez o Johnny Cash.

Hoje dei por mim a ver videos dele no youtube e lembrei-me que não escrevia nada no blog há alguns meses.
Pois bem aqui estou de novo a escrever este post inútil, mas acho que no meio de tanta banda "alternativia" fazia falta um gajo lembrar-se de quando era criança e de quando só haviam 2 canais de televisão e nem havia sequer o VHS e que o rock e a música já nos estavam no pelo.