03/06/07

Ao irmão de sangue

UM CONCERTO: EDITORS, NO SBSR (07/06/2006)

Vamos lá ver se me lembro. Numa daquelas raras noites de copos, que quase sempre acabavam em minha casa com ainda mais copos, desabafos e conversa, e música claro, que é outra conversa, resolvemos fazer um pacto de sangue. Não sei qual era o teor do pacto, mas nessa noite tornámo-nos irmãos de sangue. Andávamos a ver muitos filmes.

E aquele filme até podia ser desnecessário. Se há amizade que tenho a certeza que perdura para sempre é a nossa. E que dizer da banda sonora deste filme?

Os festivais, sempre com aventuras; o ccl, as cassetes na grafonola, litradas e guitarradas no campo de jogos e a kananga do Japão; os Fields of The Nephilim na viagem para o Algarve, o Bar do Xico e mais guitarradas; o quarto na Morais Soares e a aparelhagem de um lado para o outro; o metal em tua casa e os Ramones do murdoque murdaluco; no Bairro Alto, o naif, o sudoeste, o telmos, o clandestino; o café bagdabre; os sumáááááários da professora de história, porque aquilo era quase música, como música eram as aulas da professora Isabel Silva; o Tóquio e o Até ao Fim; os fins de ano; os bailes da escola.

Os caracóis; as minhas birras; as futeboladas na praia; a vala da costa; a noite da Níni, porque ela é um pouco tua; algumas, muito poucas, bebedeiras…

Inesquecível também aquela noite na costa, em que, munido de um ferro, desataste a matar uma série de poças de lama. Acabámo-la na esquadra, para onde fomos confortavelmente transportados por dois carros da bófia.



E muito mais para contar nestes quase 20 anos.

Como sabes, nunca posso esquecer o dia do teu aniversário. Por ti e por outra pessoa muito especial. Como tu.

Este é o dia em que, todos os anos, deixo de ser um ano mais velho. Parabéns.

2 comentários:

Terceiro disse...

Este miúdo sabe comover.
Parabéns miúdo. Que contes muitos e bons.

deslarga-me disse...

...muito, muito mais para contar. Obrigado por seres o irmão mais velho que eu nunca tive.